Esse foi um importante personagem cearense. O bode Ioiô viveu na cidade de Fortaleza, capital cearense, na segunda década do século XX. O contexto histórico do início de sua vida não colaborava para a notoriedade alcançada. Vindo do interior do Ceará, em meio à famosa “Seca do 15”, tornou-se público no ano de 1915, quando seu dono, um retirante, vendeu-o à Rossbach Brazil Company, uma empresa inglesa instalada na Praia de Iracema.
Passou, então, a ser criado livremente, solto pelas ruas. Em pouco tempo, familiarizou-se com a cidade propriamente dita e conquistou a simpatia dos habitantes. Perambulava pela cidade, geralmente acompanhado por boêmios e escritores. Visitava, diariamente a Praça do Ferreira, centro cultural e comercial da época. Frequentava os cafés, bares, restaurante fortalezenses. Recebeu tal nome por conta da rota que frequentemente fazia, que parecia um ioiô (subindo e descendo pelas ruas de fortaleza).
As leis proibiam a circulação de animais desacompanhados pelas belas ruas da cidade. ainda assim, Ioiô não era perturbado nem pelos fiscais municipais fato devido à conquista da simpatia popular conquistada pelo animal. Seu aspecto descuidado e seu cheiro característico e desagradável não impediam que o carinho dos fortalezenses o atingisse. Fazia companhia aos beberrões da época, tornando-se um deles. “Reza a lenda” que Ioiô fazia companhia nas bebedeiras dos boêmios da cidade, e uma companhia ativa. Fala-se ainda que sua fama era alargada por ter sua atenção chamada pelo efeito que o vento da Praça do Ferreira fazia nos vestidos das moças e nas batinas dos padres. Isso estimulava o bode a correr atrás desses dois grupos.
Ainda como manifestação de profundo amor ao Bode e revolta pelos desmandos e corrupções exercidos pelos políticos da época, em 1922, os eleitores de Fortaleza elegeram o Bode Ioiô para vereador da cidade, inclusive, com a maior votação daquela eleição. Não foi empossado (claro!), mas sua “eleição” foi considerada na época como uma representativa manifestação de protesto ao poder público e isso fez com que sua fama se expandisse além das fronteiras de Fortaleza. Bem além…Pois hoje existe uma réplica de Ioiô no museu de Hollywood.
No decorrer dos anos, a cidade ia se desenvolvendo e o vigor físico do animal, em contrapartida, diminuindo. Por esse motivo, tornava-se cada vez menos comum encontrar o Bode Ioiô em meio à boemia. Até que, no ano de 1931, foi encontrado morto próximo à Praia de Iracema. Seu falecimento foi publicado e sentido por grande parte da população fortalezense.
Logo em seguida, a empresa proprietária de Ioiô, embalsamou o corpo e cedeu ao Museu do Ceará. Lugar onde é possível encontrar até hoje a presença desse ilustre personagem, com apenas uma pequena diferença: a ausência do rabo que foi roubado de dentro do museu.
Fontes:
http://primeiracoluna.blogspot.com.br/2009/11/o-bode-ioio-por-bergson-frota-fortaleza.html
http://www.flickr.com/photos/gifted_ce/2213734188/
http://www.ceara.com.br/cepg/h40.htm
http://agenciafm.blogspot.com.br/2008/07/bode-io-i-uma-personalidade-cearense.html
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