Também conhecido como vaginite, o corrimento vaginal é um dos problemas ginecológicos mais comuns e freqüentes na mulher. Alguns tipos são causados por doenças sexualmente transmissíveis, outros por desregulamento da flora vaginal e alguns, inclusive, podem ter origem em fatores psicológicos, como o estresse.
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“Toda mulher possui uma secreção própria, que é natural e normal. Esse muco, que no período fértil fica um pouco aumentado, tem aspecto cristalino, como se fosse uma clara de ovo”, explica a ginecologista Silvana Chedid.
Quando essa secreção passa a assumir um aspecto esbranquiçado ou amarelo e com odor, acompanhada de coceira, dor (agravada durante a relação sexual) ou ardor, o corrimento pode ter causas patológicas diversas. E elas variam de um simples desequilíbrio orgânico até doenças venéreas, como a gonorréia.
“Os agentes de corrimento mais comuns são os fungos. A candidíase, por exemplo, é um dos corrimentos mais freqüentes”, comenta o ginecologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Domingos Auricchio Petti.
Com um corrimento de aspecto cremoso e esbranquiçado, a candidíase pode ser adquirida durante a relação sexual, por roupas e objetos contaminados, por causa de uma higiene pessoal inadequada ou quando a mulher apresenta baixa resistência imunológica.
Uma dica é tentar manter a região da vagina o mais arejada possível, pois a candidíase aparece quando a área está quente e úmida. “Usar calcinhas de algodão, que permitem uma ventilação melhor e absorvem as secreções, é o mais indicado”, alerta Petti. Outra idéia é dormir sem calcinha para evitar o abafamento da região sempre que possível.
Além dos fungos, bactérias e protozoários também são agentes causadores dos corrimentos vaginais. A tricomoníase, por exemplo, que se caracteriza por uma secreção amarelada e ardor, é causada por um protozoário transmitido durante a relação sexual e por roupas e instrumentos ginecológicos contaminados.
Esses microorganismos podem ainda contaminar a mulher durante a masturbação. Uma vez que ela se toque sem antes ter tido uma higiene correta das mãos ou dos objetos utilizados, as chances de uma infecção por bactérias e fungos crescem consideravelmente.
Alergias a absorventes, amaciantes e produtos de higiene podem também estimular o aparecimento de corrimentos. Nesses casos, o ideal é que se evite o contato com o alergênio em questão, a fim de evitar irritações na região vaginal.
Tratamentos:
Não há um tratamento específico e padrão para a vaginite, cada caso pede um medicamento direcionado ao agente do corrimento. “Em geral, se usa cremes vaginais e comprimido via oral, mas algumas vezes é necessário o tratamento do parceiro também”, explica Silvana.
É importante, no entanto, que a mulher não tente “adivinhar” o que lhe causou o corrimento. Exames ginecológicos como o papanicolau e os laboratoriais são necessários para se definir o melhor tratamento a seguir.
Em casos mais simples, o não tratamento da vaginite pode trazer à mulher apenas um desconforto constante, ardor, corrimento permanente, irritação dos órgãos genitais e odor. “No entanto, dependendo do microorganismo causador, como o caso de algumas bactérias, quando não tratados podem infeccionar trompas e ovários”, alerta Silvana.
Fatores que favorecem a vaginite:
- Alergia
- Baixa imunidade
- Diabetes
- Doenças sexualmente transmissíveis
- Estresse
- Gravidez
- Higiene incorreta
- Masturbação
Serviço:
Domingos Auricchio Petti – ginecologista
www.haoc.com.br
Silvana Chedid – ginecologista
www.chedidgrieco.com.br
www.mulhercriativa.com.br
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As principais dúvidas sobre corrimento vaginal
A saúde da mulher é um tema amplo, que dá a oportunidade de abordar os mais variados assuntos, ajudando na educação e prevenção de doenças. Dessa vez, conversamos com a ginecologista Dra. Rosa Maria Neme, diretora do Centro de Endometriose São Paulo, que nos respondeu algumas questões sobre corrimento vaginal.1. O que é corrimento?
Corrimento é uma secreção que aparece na vagina e que pode ter vários aspectos em relação à cor e ao odor. Em geral, o corrimento contém fungos e bactérias, que estimulam as células da vagina e do colo do útero a produzirem esta secreção como uma forma de defesa do organismo.
2. Quando o corrimento é normal? Como identificá-lo em casa? Que época que ele aparece mais?
O corrimento normal é aquele sem cheiro, que não coça e que pode ter uma colocação parecida com a de uma clara de ovo ou um pouco mais branco. O corrimento aparece, preferencialmente, na época da ovulação, que corresponde ao meio do ciclo menstrual e pode se intensificar no período antes da menstruação. Algumas mulheres podem apresentar mais secreção em relação às outras, principalmente se estiverem fazendo uso de algumas medicações, como anticoncepcionais.
3. Quando o corrimento pode ser considerado anormal?
O corrimento anormal é aquele que tem uma coloração mais amarelo-esverdeada ou acinzentada e que pode provocar coceira e ardor na vagina. Nestes casos, deve-se procurar um ginecologista para avaliar qual a causa do corrimento e assim tratá-lo adequadamente.
4. O que fazer no dia-a-dia para evitar o corrimento?
Tudo que aumenta o calor e a umidade dentro da vagina pode predispor a um aumento do corrimento. Portanto, algumas medidas podem evitar que ele aconteça são:
- Dormir sem calcinha, pois diminui o calor na vagina;
- Usar calcinhas de algodão (o algodão tende a esquentar menos que os tecidos sintéticos e, por isso, o fungo ou bactéria têm menor tendência de se proliferar);
- Utilizar sabonetes íntimos diariamente no banho (eles ajudam a manter a flora vaginal normal equilibrada);
- Não usar roupas apertadas, pois elas aumentam o calor e tornam a vagina um bom meio de proliferação dos fungos e bactérias;
- Não deixar a calcinha pendurada no banheiro (isso pode estimular a proliferação dos fungos e bactérias na calcinha);
- Secar bem os pelos da vulva, pois isso ajuda a diminuir a umidade desta região.
- Manter a flora intestinal equilibrada.
5. A alimentação tem algum papel importante?
O papel da alimentação equilibrada é manter a produção constante dos lactobacilos vaginais (que são as células de defesa da vagina) e manter o pH (grau de acidez) vaginal equilibrado, evitando a colonização de bactérias estranhas ao corpo feminino.
Fonte:
Rosa Maria Neme – Graduada em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (1996) e doutorado em Medicina na área de Ginecologia pela Universidade de São Paulo (2004). Realizou residência-médica também na Universidade de São Paulo (2000). Além de dirigir o Centro de Endometriose São Paulo, ela integra a equipe médica do Hospital Israelita Albert Einstein, Samaritano, São Luiz e Sírio Libanês. É também responsável pelo setor de endometriose da Clínica de Reprodução Humana Roger Abdelmassih.
O Centro de Endometriose São Paulo conta com serviços voltados à assistência global da saúde da mulher e valorização da beleza feminina. A iniciativa deste projeto pioneiro é da Dra. Rosa Maria Neme, que possui diversos trabalhos publicados sobre a endometriose e larga experiência no tratamento desta doença. Ela lidera uma equipe clínica formada por médicos e profissionais nas áreas de ginecologia, radiologia, cirurgia do aparelho digestivo, urologia, clínica geral, anestesia especializada no tratamento de dor, dermatologia, fisioterapia, nutrição e psicologia.
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