Alguns dos homens que caminhavam tranquilamente pelo campus da universidade da Flórida em 1978 foram abordados por uma bela mulher que dizia: “Eu tenho observado você. Te acho muito atraente. Você iria para a cama comigo hoje à noite?”. proposta boa di mais da conta sô uma dessa num aparece pra mim nennnnnnnnn.
Os rapazes provavelmente pensaram que se tratava de seu dia de sorte, mas na verdade eles estavam tomando parte involuntariamente num experimento criado pelo psicólogo Russell Clark.
Clarck convenceu os estudantes de seu curso de psicologia social a ajudarem-no a descobrir qual sexo seria mais receptivo a uma oferta sexual de um estranho. A única maneira de descobrir, segundo ele, seria ir para a rua e observar o que aconteceria em uma situação real. Instruídos por ele alunos e alunas saíram pelo campus fazem a proposta a estranhos.
Os resultados não surpreenderam. Setenta e cinco por cento dos homens aceitaram a proposta (e aqueles que recusaram, em sua maioria, alegaram que eram casados ou tinham namorada).
Das mulheres abordadas, no entanto, nenhuma aceitou. Na verdade, grande maioria se sentiu ofendida e exigiu que o rapaz se afastasse.
Inicialmente o experimento de Clark foi rejeitado pela comunidade psicológica como sensacionalista, mas eventualmente ganhou aceitação e admiração por mostrar o quão discrepantes são as atitudes sexuais de homens e mulheres. Hoje é considerado um clássico.
Ser goiano
Ser goiano é carregar uma tristeza telúrica num coração aberto de sorrisos. É ser dócil e falante, impetuoso e tímido. É dar uma galinha para não entrar na briga e um nelore para sair dela. É amar o passado, a história, as tradições, sem desprezar o moderno. É ter latifúndio e viver simplório, comer pequi, guariroba, galinhada e feijoada, e não estar nem aí para os pratos de fora.
Ser goiano é saber perder um pedaço de terras para Minas, mas não perder o direito de dizer também uai, este negócio, este trem, quando as palavras se atropelam no caminho da imaginação.
O goiano da gema vive na cidade com um carro-de-boi cantando na memória. Acredita na panela cheia, mesmo quando a refeição se resume em abobrinha e quiabo. Lê poemas de Cora Coralina e sente-se na eterna juventude.
Ser goiano é saber cantar música caipira e conversar com Beethoven, Chopin, Tchaikovsky e Carlos Gomes. É acreditar no sertão como um ser tão próximo, tão dentro da alma. É carregar um eterno monjolo no coração e ouvir um berrante tocando longe, bem perto do sentimento.
Ser goiano é possuir um roçado e sentir-se um plantador de soja, tal o amor à terra que lhe acaricia os pés. É dar tapinha nas costas do amigo, mesmo quando esse amigo já lhe passou uma rasteira.
O goiano de pé-rachado não despreza uma pamonhada e teima em dizer ei, trem bão, ao ver a felicidade passar na janela, e exclama viche, quando se assusta com a presença dela.
Ser goiano é botar os pés uma botina ringideira e dirigir tratores pelas ruas da cidade. É beber caipirinha no tira-gosto da tarde, com a cerveja na eterna saideira. É fabricar rapadura, Ter um passopreto nos olhos e um santo por devoção.
O goiano histórico sabe que o Araguaia não passa de um "corgo", tal a familiaridade com os rios. Vive em palacetes e se exila nos botecos da esquina. Chupa jabuticaba, come bolo de arroz e toma licor de jenipapo. É machista, mas deixa que a mulher tome conta da casa.
O bom goiano aceita a divisão do Estado, por entender que a alma goiana permanece eterna na saga do Tocantins.
Ser goiano é saber fundar cidades. É pisar no Universo sem tirar os pés deste chão parado. É cultivar a goianidade como herança maior. É ser justo, honesto, religioso e amante da liberdade.
Brasilia em terras goianas é gesto de doação, é patriotismo. Simboliza poder. Mas o goiano não sai por aí contando vantagem.
Ser goiano é olhar para a lua e sonhar, pensar que é queijo e continuar sonhando, pois entre o queijo e o beijo, a solução goiana é uma rima.
(José Mendonça Teles. Crônicas de Goiânia. Goiânia: Kelps, 1998)
quinta-feira, 28 de maio de 2009
Você iria para a cama comigo hoje à noite
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